Não é segredo que a Amazónia é um dos mais preciosos patrimónios naturais da Terra e que a sua preservação é da maior importância para o equilíbrio ambiental do nosso planeta. O problema é que muita gente se esquece deste facto. Só nos últimos 50 anos foram destruídos mais de 800 mil quilómetros quadrados de floresta e a devastação continua. Fenómenos como El Niño e o aumento das queimadas (que alteram o regime normal das chuvas) têm contribuído para o agravamento da situação. Com uma diversidade animal e vegetal levada ao extremo, a Amazónia luta também contra a extinção de algumas das suas espécies, provocada pela exploração desordenada, o desflorestamento, a caça predatória e a venda ilegal de animais. Por outro lado, a alta rendibilidade da extracção madeireira, a pecuária e a agro-indústria explicam porque a eliminação dos subsídios não surtiu efeito sobre o aumento da taxa de desmatamento. Para combater o desaparecimento de uma floresta virgem cuja superfície é equivalente à da Europa Central é urgente ir além das palavras. É fundamental a definição de uma política coesa e articulada entre governos e sociedade civil. A Amazónia guarda maravilhas naturais de valor inestimável e impõe a todos nós um grande desafio: o de evitar que o chamado “pulmão do mundo” seja afectado por um cancro sem tratamento possível.
Entrar na floresta da Amazônia é um exercício de humildade. O silêncio, o clima húmido e abafado, o tecto formado pela copa das árvores, tudo te faz sentir pequeno, muito pequeno. Uma imensa planície cerca o rio de águas barrentas. Dá medo? Claro que dá. Qualquer um treme em saber que, a poucos passos de distância, pode haver uma onça-pintada espreitando, um jacaré. Mas o prazer de sentir-se um invasor no meio do Amazonas vale isso e muito mais.
Uma caminhada pela floresta é programa obrigatório para quem se hospeda nos hotéis de selva. Mas a diversão não acaba aí. Você pode conhecer a vida dos ribeirinhos, pescar piranhas nos igarapés e fazer a espera nocturna de animais. Nos arredores de Manaus, a maioria dos hotéis tem acesso por barco. Outros pontos da Amazónia começam a receber empreendimentos desse tipo. Todos eles têm algo em comum: ajudam o visitante a sentir-se parte da natureza que o envolve. E sem abrir mão do melhor da civilização. Há desde hotéis rústicos (de madeira, cobertos de palha) até os que lembram hotéis convencionais. Alguns estão em terra firme. Outros flutuam sobre barcos ou ficam suspensos em áreas alagáveis (igapós).